quinta-feira, 12 de março de 2009

O Phelps da matemática

8/8/2008

Agência FAPESP – O Brasil ganhou uma medalha de ouro, duas de prata e três de bronze, além de quatro menções honrosas, na 15ª Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários (IMC), realizada no final de julho, em Blagoevgrad, na Bulgária.

O destaque ficou para Fábio Dias Moreira, aluno da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que ganhou o ouro pela quarta vez seguida na competição, em um domínio que lembra o do norte-americano Michael Phelps nas piscinas.

A nova medalha se soma a uma notável coleção que agora reúne 36 peças, sendo 27 de ouro, quatro de prata e cinco de bronze, acumuladas em disputas em diversos países. Mas, para sorte dos adversários, a carreira vitoriosa de Moreira em tais competições está chegando ao fim.

"Este é meu último ano em olimpíadas do gênero. Como vou me graduar, não poderei mais participar. Terei que pendurar a caneta, mas estou feliz por ter tido uma carreira olímpica proveitosa", disse o estudante de matemática e física à Agência FAPESP.

"Participo de olimpíadas de matemática desde os 10 anos de idade. São 12 anos de estudo e dedicação à área, o que me fez ficar bastante acostumado com o ambiente das competições e com os problemas propostos. Essa foi a minha quarta participação na IMC e em todas conquistei o ouro", disse.

A IMC é destinada a estudantes que cursam do primeiro ao quarto ano do ensino superior e que não tenham título universitário anterior. Eduardo Rodrigues Poço e Rafael Hirama, ambos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), conquistaram medalhas de prata, e André Linhares Rodrigues, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Levi Máximo Viana, do Instituto Militar de Engenharia (IME), e José Marcos Ferraro, do ITA, trouxeram o bronze na bagagem.

As áreas de conhecimento das provas da IMC podem ser resumidas em três campos: álgebra, análise e combinatória. "Essas três englobam basicamente a matemática de graduação e são consideradas como fundamento para a matemática avançada, que se aproxima dos tópicos utilizados em pesquisas acadêmicas", explicou Moreira.

Segundo ele, participar de olimpíadas de matemática é importante também do ponto de vista cultural, em especial nas competições no exterior, que abrem portas para o desenvolvimento de projetos de pós-graduação em universidades em outros países.

"Trata-se de uma oportunidade de conhecer outros lugares e estudantes que trabalham com os mesmos tópicos inseridos na matemática universitária, além de temas que não fazem parte de nosso currículo acadêmico. A matemática é um assunto de pesquisa em constante evolução", destacou Moreira, que atualmente leciona matemática em um cursinho pré-vestibular na capital fluminense. "Estou ajudando a treinar as próximas gerações das olimpíadas", assinalou.

Um comentário:

  1. Amigo Cello o nosso grande Brasil tem muitos valores em todas as áreas do conhecimento e notadamente da Matemática. Como exemplos de medalhistas paraenses temos você próprio (CEFET/PA) e meu filho Victor Roberto que também já foi ouro na brasileira das escolas públicas pela Escola Rego Barros.

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